Clarice Lispector tinha medo da efemeridade da vida. Estou começando a sentir esse medo.
Já repararam que o natal demora cada vez menos a chegar? E nosso aniversário então? Acho que deixei de desejar bons presentes e aguardar um velinho bondoso para ansiar por colher os frutos de tudo que eu estou plantando.
Descobri que 24h não é suficiente para lavar, passar, limpar, arrumar, recolher, cozinhar, estudar e fazer todos os trabalhos, dar atenção a família e amigos que estão longes, descansar e querer curtir uma praia.
Ainda não completou um mês que estou em João Pessoa mas já me sinto em casa. Talvez seja a rotina e a obrigação de fazer tudo (porque aqui se eu não faço, não tem quem faça por mim) que está preenchendo meu tempo e meus pensamentos e fazendo eu não sentir tanta falta de São Paulo.
Afinal aqui eu consegui quase tudo que eu sempre quis. Estou longe daquela mesmice de problemas e reclamações, estou longe da cidade barulhenta de um trânsito infernal e apesar de estar muito longe do abraço e do calor de quem eu amo muito, eu ainda posso sentir o carinho deles através da internet e do telefone. E querem saber... as pessoas só dão valor quando perdem mesmo!
Só não me sinto totalmente independente aqui, pois eu ainda preciso de companhia parai r para alguns lugares, (eu tenho receio de me perder). Mas Deus, o destino, ou minha sorte foi tão master que eu encontrei pessoas maravilhosas por aqui (Meu obrigada do fundo do coração), se não fosse por eles, eu não estaria tão tranquila assim.
Enfim... to adorando essa vida!
Agora vou deixar uma frase que eu vi no orkut de um amigo, colega de curso:
"Se você acha que é pobre enquanto mora com seus pais, espere virar universitário e morar sozinho!" 
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